Plataformas Desafiam Movimentos de Paralisação

Plataformas Desafiam Movimentos de Paralisação

Plataformas Desafiam Movimentos de Paralisação. Os colaboradores das empresas Uber Eats, Glovo e Bolt decidiram suspender as entregas esta noite em protesto por condições laborais mais justas. No entanto, as plataformas já aumentaram o valor pago por serviço durante o período de paralisação. Os organizadores criticam esta medida e apelam à mobilização contra o que consideram ser condições de trabalho precárias.

A paralisação está marcada entre as 18 horas e a meia-noite de hoje. Segundo um dos organizadores, os valores a pagar por entrega durante este período já foram mais do que duplicados na Glovo, e nas outras plataformas também estão a subir.

Uber, Bolt e Glovo desafiam movimentos de Paralisação

Aqueles que decidirem não aderir ao protesto vão receber um pagamento superior ao normal, o que é visto como uma tentativa de desencorajar a participação na paralisação. Este trabalhador considera esta abordagem indigna e apela a que ninguém lucre à custa da luta por melhores condições.

Não se sabe ao certo quantos estafetas existem em Portugal, mas estima-se que sejam milhares, sendo a maioria de nacionalidade brasileira. Hans Melo, um dos participantes, tem 48 anos e está em Portugal há dois. Começou a trabalhar como estafeta em Coimbra e relata jornadas de mais de dez horas diárias, com dificuldades em alcançar um salário digno.

Face à falta de contratos de trabalho e de representação sindical, o protesto surgiu nas redes sociais contra as condições precárias de trabalho. Exige um pagamento mínimo de três euros por entrega, bem como outros benefícios como o fim dos pedidos triplos e apoio nas despesas.

Além das despesas com a mota, combustível e telemóvel, os estafetas também têm de pagar pelas malas utilizadas nas entregas. Andressa Carvalho, estafeta há um ano e meio, critica o facto de as plataformas lucrarem com a venda das malas, sem dar apoio aos trabalhadores.

Por fim, ao serem contactadas a Uber Eats, Bolt e Glovo, que responderam através da Associação Portuguesa das Aplicações Digitais. As empresas afirmam respeitar o direito à manifestação e ouvir constantemente os estafetas, mas não comentam se aceitam as exigências ou os motivos para o aumento do pagamento durante a paralisação.

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